HH Magazine

Miss Pietà
A Musa do Jazz

VIVA

Recomeço todos os dias como desperto da morte.
Pernas, línguas e desejo… Combustão completa.
Corro rapidamente em direção ao topo e me atiro: silêncio e fulgor.
Desaceleração dos pensamentos.
Meu coração para, tudo para, o tempo congela.
Desabrocham então as primeiras rosas.
E ainda que consciente de seu caráter efêmero sorrio por dentro.
Não te espero chegar e o dia segue agitado, carros apressados e o café emocionado.
Cuidado! Se esse fio você puxa, com o teto eu desabo.

(Miss Pietà – 2021)

Café com Miss Pietà
Sem açúcar,
Com afeto.

Ela é o novo nome do cenário musical pop brasileiro. Alter-ego encarnado pela multiartista Eduarda Lacerda, Miss Pietà vem chamando a atenção por onde passa com seu timbre peculiar, estilo irreverente e sensual. A cantora e compositora, a “Musa do Jazz” como está sendo chamada, tem uma sonoridade bastante influenciada por esse gênero, pela bossa-nova, e também ama transitar por estilos mais populares como a mpb, o funk, e o forró. Sua estética é moderninha com perfume retrô. E como boa aquariana gosta de ousar e fazer as coisas sempre à sua maneira.

Sempre soube que seria cantora algum dia, mesmo que o caminho não tenha sido linear. Acredito que tudo acontece no tempo certo da nossa maturidade. Estou me conhecendo e pesquisando. Em breve teremos novidades. Quero meu som como minha personalidade... forte e inusitado. Vejo muita riqueza nas misturas e acredito ser esse um excelente caminho para que a criação se torne múltipla e estimulante. Me interesso por quase tudo, estou aberta a conhecer coisas novas na arte e na vida. Quero aprender o máximo que puder.

A artista que também é atriz e bacharel em Direito pela UFF, revela ser fã de Gal Costa, Rita Lee, Caetano e Chico. E que as clássicas divas do jazz como Billie Holiday e Ella Fitzgerald, são algumas de suas inspirações. Além dos gêneros teatrais e de entretenimento Cabaré, Vaudeville e Teatro de Revista e do Movimento Tropicália.
Sou muito ligada à parte visual e a performance. Vejo a moda como uma das maiores formas de auto expressão e pra mim o corpo é performático. Estou constantemente a dançar as minhas emoções. Sempre me senti atraída pela estética de décadas passadas e trago isso comigo. O toque vintage. Quero que as pessoas experimentem algo quando me ouvirem e me assistirem.
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Admiradora desde a infância da obra de Michelangelo Buonarroti – um dos principais expoentes do Renascimento – inspirou-se em um de seus trabalhos mais famosos nas artes plásticas para criar sua persona, a Pietà.

Embora fosse um tema recorrente na arte cristã da época, a Pietà de Michelangelo se diferencia das demais devido às características empregadas pelo artista. O que se observa é uma imagem de força, beleza e serenidade. Além de precisão, técnica e simetria. Enquanto artista estou em busca dessa excelência. O ‘Miss’ antes do nome principal veio para soar no estilo das divas antigas que cresci ouvindo como Peggy Lee e Julie London. Miss Pietà é um avatar. Inabalável, perspicaz, agressiva e sexy.

Sobre sua imersão no universo da composição e criação no geral, contou que enxerga esse processo sob a ótica do autoconhecimento.

Escrevia poesia e a partir do momento que comecei a estudar música isso me abriu caminhos melódicos na cabeça. Às vezes estou fazendo coisas aleatórias e de repente me vem uma composição do nada. Outras vezes eu sento e penso em escrever sobre uma situação específica. Sempre gostei de criar. Enxergar possibilidades no mundo que me cerca. Analisar as coisas como são e imaginar o que elas poderiam ser. Estou me descobrindo, testando. Quero transformar tudo ao redor. Mesmice me deixa entediada.

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